sábado, 22 de agosto de 2009

Variações (mania de escrever em português)


São os dias que passam, numa varanda, debaixo de um sol quente e pesado.
São as tardes e as noites; as horas, tantas as horas...
A única realidade que conheço são as luzes desta cidade perdida, encerrada em si mesma, claustrofóbica ao ponto de eu duvidar que ela existe, que os seus habitantes sejam reais. A ilha a que chamas mundo, a que eu chamo refúgio ou talvez paraíso (utopia, com certeza).


São as luzes surreais que não calam e nunca se apagam. O escuro que parece mais táctil, mais verosímil e familiar do que qualquer outro estado de alma. Porque é no escuro que podemos ser quem somos. É ao escuro que estamos a destinados a mostrar quem somos verdadeiramente.


É inútil tentar fazer do dia-a-dia uma nota solta, em jeito de conclusão. Tudo se coaduna, é tudo um conluio, nada se conclui.
E assim, como previsto, é o cheiro do vestido que passa que deixa a certeza; que deixa para trás o rasto da vã esperança.


Conclusão: a rotina de trabalhar num centro comercial. São as luzes... sempre as luzes...

Sem comentários: