segunda-feira, 8 de junho de 2009

Nietzsche


Um amigo meu disse-me há dias que estava a ler o "Assim Falou Zarathustra" de Friedrich Nietzsche. Fiquei com curiosidade. Já a tenho há uns anos, mas agora ela aguçou-se. Meia de dúzia de frases deste escritor levaram-me a mim e ao meu amigo (que não somos, logo pela nossa própria natureza, muito bons da cabeça) a uma longa conversa de 3h sobre filosofia, política e sociedade. Tudo por causa do Chico... Fiquei curiosa.


Então, fui à estante buscar a minha cópia do Anticristo (1€ na feira das velharias) que também foi escrito pelo senhor com o nome esquisito. Não conheço o suficiente sobre ele, confesso, por isso atirei-me de cabeça e às cegas.
E da mesma maneira, às cegas, vejam lá o que eu tirei:


"Não fiquemos abaixo da medida; nós próprios, nós, espíritos livres, nós somos já uma "transmutação de todos os valores", uma real declaração de guerra e de vitória contra todas as velhas concepções do 'verdadeiro' e do 'falso'. (...) todas as suposições do nosso espírito científico actual, tinham contra si, durante séculos, o mais profundo desprezo: graças a eles, era-se excluído das relações com as 'pessoas de bem'. (...) Tínhamos contra nós todo o pathos da humanidade - a sua concepção daquilo que devia ser a verdade, o serviço da verdade. Cada um dos imperativos 'tu deves' era, até ao presente, dirigido contra nós. Os nossos objectos, o nossa aspecto silencioso, circunspecto, desconfiado - tudo lhes parecia absolutamente indigno e desprezível."


"Para suportar a minha seriedade e a minha paixão é preciso ser íntegro nas coisas de espírito até as últimas consequências; estar acostumado a viver nas montanhas, a ver abaixo de si o mesquinho Charlatanismo actual da política e do egoísmo dos povos; e, finalmente, ter-se tornado indiferente e jamais perguntar se a verdade é útil, se chegará a ser uma fatalidade... Necessária é também uma inclinação para enfrentar questões que hoje ninguém se atreve a elucidar; inclinação para o proibido; predestinação para o labirinto."


Para terminar em grande, do Zarathustra:
"É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante."

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