terça-feira, 2 de junho de 2009

Catatonia


Ás vezes sabe bem voltar a certos sítios, a certos estados de espírito, a certas pessoas, a certas bandas, a certas músicas. E como diz um meu colega blogueiro e HiFaiviano, "a música está sempre lá".


Há uma banda, álbum e vocalista em particular a que eu consigo regressar sempre: o primeiro álbum dos Garbage. Nunca desilude (porque nunca mudou, como é óbvio); nas letras (da autoria da vocalista Shirley Manson), na honestidade, talvez exageradamente expressa, dos sentimentos, na lealdade para com aqueles que não têm geralmente sítio onde se agarrar. Nos sons estranhos e disformes das guitarras, dissonâncias consonantes com letras dissonantes (é mais ou menos isso).


E há outra banda, talvez menos conhecida do público fora do Reino Unido. Catatonia, uma banda pop galesa. Não é fácil de gostar à primeira, apesar de ser pop (ou se calhar por isso mesmo). A voz da vocalista Cerys Matthews também arranha os ouvidos às vezes. E nem sempre as letras encaixam nas músicas.


Mas sabe bem voltar lá. Ouvir de novo aqueles detalhes que só as pessoas que já ouviram a música em "repeat" conseguem detectar. Ouvir novos detalhes que não tínhamos reparado à primeira (ou à segunda ou à 25ª) audição. Ouvir músicas que nunca ouvimos ou descobrir raridades de álbuns que não foram lançados ou em que ninguém reparou quando os lançaram.


Fica um excerto de uma música dos Catatonia, "Fuel", que eu redescobri hoje, com novos detalhes, com os detalhes de sempre; novos sentimentos, nova ideologia, nova maturidade, novas criancices, novos sonhos. E tudo cabe na mesma música... incrível (ou talvez não). Os amantes de música sabem o que eu quero dizer.


Go tell the captain
There's no waters left
To navigate
I sailed them all for you...
Go tell the engine room
Stop stoking up the fire
We're out of fuel...


Go ask the Government
You voted in on trust
Where is our fuel?...


Fools get votes in a democracy.

Sem comentários: