The Big Machine

• fotocópia do Bilhete de Identidade
• fotocópia do Cartão de Contribuinte
• 2 fotografias
• boletim de vacinas com a vacina contra o tétano em dia
• recibo de pagamento da 1ª prestação da propina
  
  São estes os documentos pedidos pelo Instituto Superior de Ciências Sociais Políticas, a entregar no acto da matrícula. Uma pequena nota: as propinas este ano subiram para a módica quantia de 949€. Comparando com o resto dos documentos pedidos, é minha opinião que nós devíamos ter o direito de ser portadores de uma doença altamente contagiosa (visto que eles só pedem a vacina do tétano em dia) e contagiar todo o corpo docente do ISCSP. Talvez assim os substituíssem por alguém mais competente e menos parcial…
  Acho também que, visto que pagamos uma fortuna por propinas, cada aluno devia receber em casa uma cópia do relatório de contas do Instituto. Já que somos nós que pagamos, temos o direito de saber para onde vai o dinheiro. Devíamos saber quanto recebe cada um dos 500 professores, sendo que cada um tem uma média de 5 assistentes para cada cadeira, já para não falar daqueles empregados que são responsáveis pelos gabinetes de apoio ao aluno e nunca lá estão, ou os empregados da secretaria que nunca nos sabem dar uma informação correcta. Devíamos também saber quanto custaram os 5 ecrãs de plasma que estão no bar (geralmente sintonizados na Sport TV) ou aquele que está à entrada do instituto com uma mensagem de boas-vindas e imagens de cada recanto do edifício. Aliás, nós até devíamos saber quanto custa o papel higiénico das casas de banho! Já que também somos nós que o pagamos…
  Hoje quando for à faculdade fazer a matrícula e me obrigarem a pagar a primeira prestação da propina, vou pedir as contas detalhadas. E se me recusarem pergunto porque é que não tenho esse direito, visto que sou aluna *pagante* daquele Instituto. Porque no dia em que me apresentarem um relatório de contas que justifique os 949€ por cada aluno, aí eu passo a compreender o exorbitante valor. Até esse dia, eu vou continuar a achar que as faculdades portuguesas são uma máquina de fazer dinheiro, que aceitam 250 pessoas por curso todos os anos, que empregam centenas de professores que não aparecem nas aulas a maior parte do ano e entregam todo o trabalho a assistentes.